No roteiro, os grupos tiveram a oportunidade de conhecer e interagir com algumas das tecnologias amigáveis implementadas no Projeto, dentre elas:
A energia fotovoltaica é resultado da transformação direta da luz em energia elétrica através de células que quase sempre são a base de silício, conhecido como placa solares.
Este sistema produz 2,2 kw dia, considerando-se todas as variáveis de insolação no mês (média 06 horas sol/dia). Esta energia é acumulada em um banco de 4 baterias de 150 a/hora e transformada por um inversor para consumo. No momento abastece a demanda de todo escritório e casa comunal (lâmpadas econômicas; 03 computadores; 02 impressoras; Moden internet, Fax e Central de Rádio).
Construido sobre uma base móvel, é transportado sob uma carreta quando são realizados eventos em locais dentro do GV que não possuem energia convencional, como na Praia do Ouvidor.
AQUECEDOR SOLAR
Criado pelo catarinense José Alcino Alano, o aquecedor solar com garrafas pet e caixas de leite, é uma tecnologia de baixo custo que contribui para reduzir o consumo de eletricidade e preservar o meio ambiente, promovendo a cultura de reaproveitamento e reciclagem dessas embalagens.
COMPOSTEIRA
A compostagem doméstica é um exemplo de apropriação, pelo ser humano, de um ciclo que ocorre espontaneamente na natureza, de decomposição e reciclagem de matéria orgânica. Utilizando restos de alimentos e palha, produz-se húmus sob os mesmos princípios desse ciclo natural. O húmus, também chamado de composto, é então utilizado como adubo em pomares e hortas.
b. Após essa intensa decomposição, bactérias e fungos atuarão na segunda fase, de maturação: a temperatura fica na faixa de 45-30 °C e o tempo pode variar de 2 a 4 meses.
c. Por fim, quando o ambiente já está propício e sob temperaturas mais amenas, entre 30 e 250C, minhocas, centopéias, tatuzinhos, formigas, besouros, dentre outros organismos, finalizam o processo de transformação dos restos alimentares em húmus.
- A matéria orgânica leva em média 6 meses para se decompor por completo. Após este período, o material é usado usado na horta, canteiro de medicinais, viveiro e jardim.
HORTA
“Uma horta é um bom lugar para começar. E pra continuar, até acabar. Seria bom saber que alguém colherá coisas que nós semeamos, depois da nossa partida, e as plantas continuarão, como um gesto nosso de amor.” Rubem Alves
Em um pequeno espaço, criou-se uma horta, onde são plantadas verduras e legumes. Ali é produzido alface, couve, beterraba, cenoura, brócolis, abóbora, pepino, rúcula, tomate, pimenta, cebolinha e temperos em geral.
- Picar 50 gramas de sabão para desmanchar em 05 litros de água quente mexendo sempre.
- Pulverizar esta mistura fria sobre as plantas.
- Picar um pedaço de fumo em corda (10 cm) e colocar em 10ml de álcool e 01 litro de água. Deixar curtir por 01 dia.
- Quando pronta, coar e colocar em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas atacadas.
Os alimentos produzidos são consumidos nos eventos realizados no Projeto e também atendem demanda de visitantes e dos colaboradores que trabalham no GV, oportunizando alimentos saborosos e saudáveis.
HORTO ERVAS MEDICINAIS
Associado à horta, os visitantes podem apreciar alguns canteiros, onde estão plantadas cerca de 30 espécies de ervas medicinais e aromáticas. Ali as crianças surprendem-se ao sentirem o cheiro e o gosto mentolado da “Menta peperita” que lembra uma bala de “halls”; descobrem que a flor da “capuchinha” é comestivel e decora lindamente um prato de saladas; e que uma folhinha miúda e cheirosa é a base do xarope para tosse que todos conhecem, o “Poejo”.
EDIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS
Casa Sede
Os espaços na área do GV são construídos visando a sustentabilidade e o mínimo impacto possível ao ambiente natural. As construções foram planejadas para haver aproveitamento da luz do sol, com áreas de interesse posicionadas para o norte. Na sede do projeto tem-se a casa sede onde mora o coordenador do GV e sua família.Também possui banheiro seco e a água do chuveiro é aquecida através de uma serpentina instalada no fogão à lenha, reduzindo-se o uso de energia elétrica.
Casa Comunal
A casa comunal também foi construída seguindo o padrão da casa sede, mas possui um deck com telhado translúcido, usando também bambu. O refeitório é coberto com telhas ecológicas. Os banheiros são convencionais, com água chuveiro aquecida com serpentina. Há também diferenciação no tratamento de efluentes com a utilização de zona de raízes. Além de ser um espaço para hospedagem de estagiários, funciona uma pequena biblioteca e também o escritório.
Espaço Gaia
BANHEIRO SECO
O banheiro seco é um sanitário que usa o método da compostagem dos dejetos com serragem e papel higiênico, eliminando a necessidade de água potável.
O banheiro seco transforma problema (dejetos) em recurso, já que ao final do ciclo produz húmus. Isso representa verdadeira ciclagem de fertilizantes agrícolas, uma vez que os nutrientes dos alimentos ingeridos retornarão para o solo, completando o ciclo natural.
Existem, ainda, inúmeras outras vantagens:
· não requer instalações hidráulicas
· não produz lixo contaminante
· elimina agentes patogênicos
· produz um subproduto livre de odores e passível de manuseio
· permite a reutilização do material como composto orgânico
· dispensa maquinários em sua manutenção anual
· tem custo operacional irrisório
· não agride o meio ambiente
· possui um alto potencial de capitalização em marketing ecológico.
Como se estrutura o sanitário:
O sanitário é composto de duas partes:
1) cabine de uso
2) duas câmaras de compostagem
A cabine é aparentemente igual a de qualquer sanitário convencional, apresentando uma única diferença: a parte oca do interior do vaso é construída de maneira que não se tenha contato visual com os dejetos.
· Após o uso, ao invés de apertar a descarga (que não existe no banheiro seco), é necessário jogar um pouco de serragem dentro do vaso, juntamente com o papel higiênico. Associada aos microorganismos, a serragem e o papel higiênico permitem a decomposição dos resíduos, sem causar mau odor.
· Não jogar dentro das câmaras materiais inorgânicos. Disponibilizar um lixeiro no sanitário para objetos como absorventes femininos, fraldas, fio dental, chicletes, etc.
Em 2008, o composto do banheiro seco do GV foi coletado e analisado pela Acadêmica de Engenharia Ambiental da UNESC. Os resultados demonstraram que este composto atende todos os parâmetros de qualidade e em alguns casos até supera os padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura. Assim, todo o composto produzido nos banheiros secos do GV são utilizados nos plantios de árvores e paisagismo do Projeto.
CIRCULO DE BANANEIRAS
É uma tecnologia simples, derivada da observação da natureza: ela combina e aproveita recursos naturais, utilizando-os para a necessidade de minimizar impactos ao ambiente com a produção de seus próprios efluentes domésticos.
O círculo de bananeiras é usado no tratamento das águas cinzas (provenientes de lavanderia, chuveiro, pia de cozinha).
A construção de um círculo de bananeiras é extremamente fácil: um buraco (as dimensões variam de acordo com a quantidade de efluentes produzidos) onde são colocados um pouco de entulho (restos de madeira, tijolos e um pouco de terra). Acima deste, e em forma circular, planta-se bananeiras e outras espécies de folhas largas como taióba, costela de adão.
O princípio do círculo é que estas plantas consomem bastante água e liberam o excesso através de suas largas folhas pelo processo da evapotranspiração.
VIVEIRO
CRIAÇÃO ORGÂNICA DE BUFALOS
A criação orgânica dos búfalos em sistema de pastoreio voisin (rotativo), iniciou-se em 2000, sob a orientação do professor Abdon Schmitt, da (UFSC). A proposta é de realizar um manejo ecológico da pastagem e do rebanho.
Ø É um sistema de pastoreio racional, idealizado a partir da compreensão de que é necessário promover o encontro harmonioso entre o animal e o pasto, permitindo a boa nutrição do animal e o contínuo incremento do pasto.
Ø O princípio fundamental é o de respeitar a tendência natural de rebrote das gramíneas e leguminosas. Estas são capazes de rebrotar, depois de cada corte, várias vezes durante o mesmo ano, desde que possuam substâncias de reserva (glicídios e lipídeos) armazenadas nas raízes e nas partes aéreas mais baixas, próximo ao nível do solo. O importante, portanto, é que essas plantas tenham tempo suficiente, entre um corte e outro, para realizar fotossíntese (pela parte aérea) e armazenar suas substâncias de reserva, que serão alocadas para o posterior rebrote.
Ø Dessa maneira são feitos diversos cercados (piquetes de aprox. 0,5 hec) numa determinada área do campo, onde um lote de 40 a 50 animais permanece por cerca de 01 dia e é manejado no dia seguinte para o piquete vizinho e assim sucessivamente até o 1º piquete apresentar condições adequadas de rebrotação (cerca de 30 dias).
O rebanho recebe ainda sal mineral juntamente com superase e homeopatia para prevenção e controle de ecto e endoparasitos. Além disso, utilizamos carrapaticida natural e caseiro: feito com mistura de óleo usado de cozinha, macerado de frutos e folhas de cinamomo juntamente com fumo em corda. Esta infusão, após filtrada é utilizada em banhos mensais, de forma bastante eficiente no controle de carrapatos
SISTEMA DE ÁGUA MÓVEL
Uma pequena bombinha acionada pela energia produzida por um painel solar retira água de um lago e enche um reservatório de 5.000 litros. Todos estes equipamentos montados sobre um carroção agrícola para facilitar o transporte de água nos piquetes de búfalos, onde não há fontes de água.
UM POUCO DE DESCONTRAÇÃO
Durante as visitas guiadas, e havendo tempo disponível dos visitantes, os grupos participam de algumas atividades lúdicas que incluem passeios no meio da mata, passeios de charret e também de dindin.
Ao final das visitas, a garotada faz um gostoso lanche coletivo, ao mesmo tempo recebem orientações sobre alimentação saudável.